Posts filed under ‘Cinema’

Gênios

selo.jpg

Caralho. Em 2 dias foram Bergman e Antonioni.

A morte teve aulas de xadrez com Kasparov.

julho 31, 2007 at 10:01 am Deixe um comentário

Harry Potter e a Ordem da Fênix

1400.jpgA Ordem da Fênix é meu episódio favorito da saga de Harry Potter. É o livro mais político, com a melhor trama e os melhores personagens. A obra demonstra como a evolução da democracia ao autoritarismo se dá de uma maneira lenta e gradual, sem que muitos possam se dar conta do que acontece por trás das aparências.

É justamente por essa razão que o filme se torna superficial. A sequência de eventos se dá numa velocidade enorme, tirando da antagonista autoritária todo o charme. Os dois primeiros episódios do aprendiz de bruxo eram mais simples, e sua transposição para as telas se deu naturalmente. Nos terceiro e quartos filmes, alguns cortes e concessões foram feitos, mas sem que o resultado final fosse prejudicado.

Infelizmente, duas horas e meia não são suficientes para transmitir ao espectador 50% do potencial do livro.  Não é um filme ruim, mas é o primeiro da série que não faz jus à qualidade da obra que o originou. Os produtores vão ter que fazer milagre pra transformar o “Príncipe Mestiço” em um filme só.

julho 23, 2007 at 11:57 am Deixe um comentário

Feriadão cinematográfico

O Balconista 2

clerks2.jpgComeçou no sábado – no Frei Caneca Unibanco Arteplex – com “O Balconista 2“, de Kevin Smith. Apesar de a sequência não ter 10% do charme do original, ainda assim é um besteirol bem acima da média. As participações de Ben Afleck e Jason Lee poderiam ter sido mais bem aproveitadas. E por falar em aproveitamento, Rosario Dawson está maravilhosa. Esperava um filme mais fraco, acabou me surpreendendo positivamente. Nota 6. Trailer.

Os Desconhecidos

desconhecidos.jpgAinda no sábado assisti em DVD a “Os Desconhecidos“. Filme muitíssimo bem dirigido por Simon Brand, com roteiro espetacular de Matthew Waynee. A premissa é ótima: cinco estranhos acordam em um galpão abandonado, e nenhum deles se lembra quem é ou como foi parar lá. Descobrem que se trata de um cativeiro, mas ninguém sabe se é sequestrador ou vítima. Conforme as memórias vão voltando, o quebra-cabeças vai sendo montado. Elenco de qualidade, com Jim Caviezel, Joe Pantoliano e Greg Kinnear. Nota 9. Trailer.

Lady Vingança

lady-vinganca-poster01.jpg No domingo fui ao Cine Gemini assistir ao coreano “Lady Vingança“. Dirigido por Park Chan-Wook, o filme encerra a trilogia da vingança, que foi aberto com “Sympathy for Mr. Vengeance”, seguido por “Oldboy”. É um filme mais “coreano” que Oldboy, tanto no ritmo quanto na trilha sonora. Não é tão original (e por isso genial) como seu antecessor, mas ainda assim é um ótimo filme. Mais um filme que me faz crer que o cinema sul-coreano só perde mesmo pro norte-americano. Nota 8. Trailer.

684 – Unidade de Combate

684.jpgFechando o “domingão Coréia”, assiti em DVD a “684 – Unidade de Combate“, dirigido por Kang Woo-Suk. O filme conta uma história real, passada em 1968. Durante a guerra fria, 31 condenados à morte foram levados à ilha de Silmido, e treinados para invadir Pyongyang e assassinar o líder comunista norte-coreano Kim Il-Sum. Com o avanço das negociações diplomáticas, a unidade 684 passa a ser um embaraço para o governo sul-coreano. Bom filme, nota 6. Trailer.

O Labirinto do Fauno

fauno.jpgPra encerrar, na segunda-feira foi a vez do premiadíssimo filme de Guillermo del Toro, “O Labirinto do Fauno“. O filme se passa no interior da Espanha, logo após o término da guerra civil que levou Franco ao poder. É o encontro dos contos de fadas com a guerra, da imaginação com a maldade, da inocência da criança com a vileza do homem crescido. É um filme maravilhoso, que sem ser piegas, leva às lágrimas no final. Nota 10. Trailer.

julho 10, 2007 at 6:47 pm Deixe um comentário

Estagiário na tradução (e na revisão)

Vi essa matéria no portal Estadão sobre as partes 3 e 4 de Kill Bill. E achei muito estranha a trama da terceira parte: “contará a vingança dos dois assassinos cujas armas e olhos foram destroçados a machadadas…”

Eu assisti Kill Bill umas dez vezes. Beatrix Kiddo (A Noiva) não ataca ninguém a machadadas. Uma assassina sobrevivente é Elle Driver, cujo olho Beatrix arranca com os dedos. Outra sobrevivente é Sophie Fatalle, assistente de O-Ren Ishii, que tem os braços cortados (supostamente) pela espada de samurai de Beatrix.

Ainda antes de procurar a notícia original, já imaginei o erro. “arms and eyes” foi traduzido por “armas e olhos”. Busquei no Google por “Kill Bill 3″+”arms and eyes”. Bingo.

Mas não foi só isso. A nota do Estadão tem como fonte a agência de notícias espanhola EFE. Além do Estadão, também publicaram a nota mal-traduzida os portais G1, Terra e O Globo. Resumindo: a sucursal brasileira da agência EFE traduziu porcamente a nota, e os veículos brasileiros a publicaram sem revisar e corrigir o erro.

Como blog também é serviço, vai aqui uma tradução decente do parágrafo em questão:

“Durante o festival internacional de cinema de Shanghai, Bennett Walsh disse que o terceiro filme inclui a vingança de dois assassinos cujos braços e olhos foram destroçados por Uma Thurman nas primeiras partes.”

junho 25, 2007 at 11:37 am 1 comentário

Shrek Terceiro

shrek3.jpgÉ um pouco melhor que o segundo, mas bem abaixo do primeiro. Em Shrek, o original, todas as piadas e referências ao mundo fantástico dos contos de fadas eram inesperadas pelo público, e justamente por isso, absurdamente engraçadas. Em Shrek 2 e nesse Terceiro, você já sabe o que vem pela frente, e apesar de continuar engraçado, nada mais surpreende.

Destaque para a trilha: um coro de sapos canta “Live and let die” durante o funeral do rei Harold, e “Joker and the thief” – da banda australiana Wolfmother – é o fundo sonoro da invasão de Far Far Away pelos vilões.

junho 21, 2007 at 9:46 am Deixe um comentário

Memórias de um assassino

memorias.jpgA Coréia do Sul tem mostrado um ótimo cinema nos últimos anos. Em muitos aspectos o atual cinema sul-coreano se aproxima do que os cineastas têm feito no Brasil. A utilização de uma linguagem que mescla o cinema tradicional local com o cinema norte-americano cria filmes que, ao mesmo tempo têm uma identificação com o país de origem, sem parecer estranho a platéias estrangeiras.

O exemplo brasileiro óbvio é “Cidade de Deus“, de Fernando Meirelles. “Oldboy“, de Park Chan-Wook, é o filme sul-coreano mais assistido e premiado fora de seu país.

Memórias de um assassino” conta a história de dois policiais investigando uma série de assassinatos no interior do país. Um é o policial local, mais velho e experiente, e que se utiliza de métodos heterodoxos como tortura de suspeitos e confissões forjadas. O outro é o detetive da capital, mais científico e metódico, que faz as coisas certas.

Menos que os crimes em si, o filme gira em torno da relação entre as duas culturas – a Coréia antiga, oriental, um tanto bruta, e uma nova Coréia, estudiosa, científica e politizada.

O diretor de “Memórias de um assassino” é Bong Joon-ho, o mesmo de “O Hospedeiro“, atualmente em cartaz em São Paulo.

junho 4, 2007 at 2:11 pm 2 comentários

Proibido Proibir

proibido220.jpgProibido Proibir foi escrito e dirigido pelo chileno Jorge Durán. Tem no elenco Caio Blat, Maria Flor e Alexandre Rodrigues.

O filme tem o pior e o melhor do cinema brasileiro; no início predomina a fórmula “juventude maconheira falando merda”, que tem seu ápice na fala do estudante de medicina Paulo: “só existe salvação na maconha e na buceta”.

Eu juro que quando ouvi que só existe salvação na maconha e na buceta, quis sair do cinema. Eu não estava preparado pra uma hora e meia de “juventude falando merda”. Mas já que eu tinha gasto 27 reais (uma inteira e uma meia), ia ficar até o final. E de repente, o filme deu uma virada.

A virada se dá quando Rosalina entra na trama. Ela é uma paciente terminal de Paulo, que deseja ver seus filhos uma última vez antes de morrer. E então a juventude percebe que tem que parar de falar merda, amadurecer e virar gente grande. E o filme caminha com coesão e ritmo, rumo a um final em que apenas os conflitos internos se resolvem, deixando os problemas do mundo em aberto.

Mas eu faço uma ressalva: não leia as sinopses, nem mesmo a do sítio oficial; os putos entregam parte substancial da trama, inclusive os plots. Vá ao cinema, relaxe durante os primeiros 20 minutos, e saiba que daí pra frente o filme é nota 10.

maio 8, 2007 at 11:10 am Deixe um comentário

A discussão da meia-entrada

Essa semana pipocaram matérias (G1, Terra) e blogagens (Soninha, Alex, Ricardo, Cinema com Rapadura, Daniel, Bonequinho Cego, Ricardo Cobra, André Kenji) sobre a meia-entrada. Alguns contra, outros a favor. Aproveito para republicar um post de fevereiro, com algumas atualizações.

***

Você conhece a lei da meia-entrada. É aquela que garante aos estudantes o direito a 50% de desconto em eventos culturais e esportivos. Cinema, teatro, shows, circo, zoológico, jogos de futebol, museus, exposições, tudo pela metade do preço.

“Ah, mas é justo. Estudante tem que ter o acesso à cultura facilitado.”

Também acho. Mas quem propicia esse acesso facilitado à cultura é o governo (municipal, estadual ou federal), certo?

Errado. O governo brasileiro, como de costume, dá esmola com o dinheiro dos outros. O promotor do espetáculo, que é obrigado por lei a conceder 50% de desconto, não tem contrapartida alguma. Isenção de impostos? Não. Benefício fiscal? Nada. Indenização em dinheiro? De jeito nenhum.

Cada vez que um estudante apresenta a carteirinha e paga meia, quem banca a outra metade é o promotor do espetáculo. Ele entrega o produto por inteiro e só recebe metade do ingresso.

“Ah, mas o lucro deles é enorme! Que diferença faz pro cinema se eu pago R$ 15 ou R$ 7,50?”

Toda a diferença. Basta conhecer um pouco de matemática para entender.

Suponhamos que a produção de um show tenha um custo total de 100 mil reais, entre cachê, aluguel do espaço, equipamentos de som e luz, segurança, bilheteria, etc. Suponhamos que o promotor queira um retorno de 20% do capital investido. Temos aí que o faturamento do show tem que ser de 120 mil reais.

Supondo ainda que a casa tenha capacidade para 2 mil pessoas, e que todos os ingressos serão vendidos, o preço unitário do ingresso deveria ser de 60 reais. Certo?

“Viu? Eles que são gananciosos, querem ganhar muito e cobram mais de 100 reais no ingresso de um show!”

Errado, porque com ingressos a 60 reais, os estudantes pagariam apenas 30. Se 60% do público for de estudantes, a arrecadação total do show seria de 84 mil reais, o que não cobre o custo do promotor.

O que se faz então? Simples, dobra-se o valor do ingresso. O show que custaria 60 reais para todos se não existisse a meia-entrada, vai custar 60 para os portadores de carteirinha e 120 para os não-portadores. E quem foi que pagou meia no final das contas? Ninguém.

“Ah-rá! Te peguei. De acordo com as suas contas, então o promotor do show vai faturar 168 mil reais, ganhando bem mais que 20%! Viu, eles que são gananciosos!”

E os riscos do produtor? E se ao invés de casa lotada, apenas metade dos ingressos for vendida? E se forem 70% de estudantes ao invés de 60%? E se o lucro realmente for de 68%? É errado visar o lucro no Brasil? Capitalismo ainda é palavrão?

A situação já seria feia se apenas estudantes portassem a carteira de estudante. Mas é de conhecimento geral que não há nada mais fácil que conseguir uma mesmo sem nunca ter colocado a bunda numa cadeira de escola. Eu conheço um cara que tem uma carteirinha de estudante do curso de arqueologia. Você conhece algum curso superior de arqueologia no Brasil? Pois existem carteirinhas de estudantes de arqueologia.

“Mas se o preço fosse justo, não ia ter tanta falsificação. As pessoas só falsificam porque cultura é muito caro.”

Ou será que cultura é muito caro porque existe falsificação de carteirinha? As pessoas falsificam o documento de estudante para obter uma vantagem: pagar metade.

Quem estuda em faculdade particular, pagando em torno de mil reais de mensalidade, tem direito a desconto. E alunos de pós-graduação, já formados, empregados, quem gastam 20 mil reais por ano em um MBA, também têm direito a desconto de 50%.

São esses os cidadãos que precisam tanto de acesso facilitado à cultura?

“Então você quer o quê? Acabar com a meia-entrada?”

O que eu penso? Sou contra o desconto pra estudante. Se o governo acha que deve disseminar a cultura entre os jovens, ele que ponha as secretarias pra trabalhar. Cinema de graça em centros culturais, shows gratuitos em escolas públicas, tudo com verba própria. Quem quiser assistir Homem-aranha 3 ou ver o show do Evanescence, que pague o ingresso. Inteiro.

E, por favor, eu gostaria de ler comentários inteligentes. Quem disser, por exemplo, que eu sou contra a cultura, ganha o direito de ser ridicularizado em postagens futuras. Assim como aqueles que argumentarem com o objetivo único de defender o próprio direito.

abril 23, 2007 at 5:25 pm 23 comentários

Cho Seung-Hui não é Oh Dae-Su

oldboy.jpg

Por causa de uma foto de Cho Seung-Hui em pose semelhante à da foto acima, já tem gente dizendo que o sul-coreano teria se inspirado no filme (também sul-coreano) Oldboy. Bobagem.

Se fosse verdade, pelo menos uma das vítimas do massacre de Virginia Tech teria sido encontrada com todos os dentes arrancados.

abril 20, 2007 at 6:02 pm Deixe um comentário

Notas sobre um escândalo

Cate Blanchett é Sheba Hart, uma recém contratada professora de um colégio londrino. Judi Dench é Barbara, uma antiga professora do mesmo colégio. Sheba fascina a todos, mas não consegue controlar os alunos. Barbara leva as turmas com mão de ferro, e tem o respeito tanto dos alunos quanto dos professores mais jovens.

O escândalo do título é protagonizado por Sheba. Barbara descobre e são delas as notas. Mas quando o enredo já te fisgou e você acha que o centro da história é o escândalo em si, o eixo do filme vai girando lentamente, até que fica claro que o centro do drama está na delicada relação entre as duas professoras.

Belíssimas atuações tanto de Judi Dench como de Cate Blanchett. Destaque também para Bill Nighy, que interpreta o marido de Sheba.

Nota: 9,0

março 6, 2007 at 3:10 pm 1 comentário

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